Odda (Noruega & Suécia 2015, Parte II)

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Olá pessoal! Aqui é o André e a Rita. Já leram o nosso post anterior, sobre Bergen? Bergen foi a primeira paragem das nossas férias na Escandinávia no verão de 2015. Agora, podem ler sobre tudo o que se seguiu na paragem seguinte. Apanhámos o tal autocarro numa manhã em Bergen e depois de 3 horas a atravessar túneis, ferries, montanhas e neve, chegámos ao centro de Odda. Tínhamos um motivo muito específico para visitar este pequeno município na região de Hardanger: a caminhada até ao Trolltunga. Acabámos por dedicar todo um post à "Língua do Troll", senão estariam neste momento a enfrentar um post tão longo que o vosso browser precisaria de descanso depois de o carregar. A nossa visita a Odda incluíu outras actividades e aventuras, portanto este post até não ficou nada mal.

Na altura da nossa viagem ainda estávamos a morar em Lisboa, desesperados por nos mudarmos para a nossa pacata cidade de origem no Algarve. Odda parecia uma resposta súbita às nossas preces por uma vida pacata. Caminhámos pelas ruas e namorámos as casas de madeira Norueguesas, pintadas cada uma na sua cor, com jardins e quintais perfeitos, baloiços e trampolins. Ficámos hospedados no Hotel Trolltunga em Vasstun, a 20 minutos (a pé) de distância do centro de Odda. Demos um pulo até ao Hotel para deixar a bagagem no nosso quarto que, apesar de ser adoravelmente minúsculo, tinha uma vista fantástica para o lago Sandvevatnet.

Demorámos 15 minutos a conhecer os cantinhos do nosso hotel e rapidamente voltámos a sair assim que toda a papelada estava tratada. Caminhámos junto ao lago e demos connosco no Buer Dalen, o Vale Buer. Andámos durante um par de horas e fizemos uma série de novos amigos do reino animal durante o caminho. Por lá, vê-se o glaciar Buer a aparecer por entre as montanhas, mergulhar as mãos (ou mais) nas águas glaciares gélidas e apreciar o som do silêncio. E acreditem que por muito majestoso que pareça o glaciar Buer, este é apenas um braço do glaciar ainda maior Folgefonna.

Voltámos para o hotel para jantar e ficámos pelo lounge a relaxar pela noite dentro. Rapidamente nos apercebemos de que todos os hóspedes do hotel partilhavam um motivo para ali estar: o Trolltunga. Afinal de contas, até o nome do próprio hotel homenageava a língua de pedra que todos estavam ali para ver. Travámos amizade com o Henrique, do Brasil, que nos ouviu a conversar e percebeu que éramos portugueses. Ele tinha previsto fazer a caminhada no dia seguinte, então ficámos umas horas com ele a trocar dicas e objectivos para o grande feito.

Fomos para o quarto nessa noite com pouca ou nenhuma vontade de dormir. Já passava da meia-noite, o sol já se tinha posto mas o céu azul e luminoso e as montanhas enormes compunham um cenário difícil de ignorar (como podem ver pela foto em cima). Tínhamos planeado fazer a caminhada no nosso terceiro dia em Odda, o que nos deixava com um dia inteiro livro entre mãos. Ainda estávamos a tentar decidir o que fazer; discutimos as possibilidades de fazer actividades como zipline, kayak, canoagem, entre outras... Mas eram caras de mais e fugiam ao nosso orçamento. Até que nos apercebemos. Alugar uma bicicleta por um dia inteiro custava 15€ e dava-nos a chance de percorrer o vale Buer inteirinho até lá a cima, até ao glaciar. Seria isso mesmo.

Na manhã seguinte acordámos bem cedo e tomámos o pequeno-almoço no hotel, ou seja, enfardámos tantas waffles quanto nos foi possível. Antes de darmos início às actividades do dia, fomos até ao supermercado no centro de Odda para comprar fruta e snacks para o grande dia da caminhada ao Trolltunga. Tínhamos trazido umas Squarebars (são tão boas!) connosco de Portugal, e para completar as lancheiras comprámos bananas, maçãs, cenouras, pão e água.

Voltámos do centro de Odda para o hotel e depois de garantir que já tínhamos tudo organizado para o dia seguinte, dirigimo-nos ao ponto de aluguer de bicicletas. Fica no acampamento, junto à margem do lago Sandvevatnet. Já não andávamos de bicicleta há anos, mas parece que é verdade o que dizem: andar de bicicleta é algo que nunca se desaprende. Então lá fomos vale adentro, direitos ao glaciar. Claro que parámos umas quantas vezes para travar mais umas quantas amizades. Um de nós fica perfeitamente satisfeito com a ideia de manter a distância e observar, enquanto o outro prefere festinhas, miminhos e beijinhos. Adivinhar qual de nós é quem não vai ser tarefa complicada, com base nas fotografias.

Só é possível ir de bicicleta até um certo ponto no vale Buer, a partir do qual é obrigatório estacionar as bicicletas junto a uma área de piquenique e continuar a pé. Trepar rochas, pular riachos e atravessar pontes suspensas requer alguma energia, e nós pensámos que estávamos em grande forma para a grande caminhada do dia seguinte (e estávamos em forma, sem dúvida. Mas o Trolltunga representa um desafio de um nível bem diferente!). Quando se chega ao glaciar propriamente dito, cabe a cada um decidir quando se para de trepar a montanha. Subimos umas rochas e sentámo-nos a apreciar a vista sobre o glaciar de um lado, e sobre o vale do outro. Ao olhar com atenção para o glaciar, pudemos ver pessoas bem lá em cima, sobre o glaciar. Ambos tínhamos vontade de continuar a nossa aventura, mas sabíamos que a cada passo que dávamos, cansávamos as perninhas que tinham de caminhar 22km sobre a neve no dia seguinte. Poupámos as nossas energias e ficámos a ouvir os sons do glaciar.

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O glaciar Buer foi provavelmente o sujeito mais fotografado da nossa viagem pela Noruega. Voltámos a descer pelo vale, e assim que chegámos ao hotel parámos para pensar. Isto está mesmo a acontecer. Amanhã vamos ao Trolltunga. Descubram como foi no post seguinte, Trolltunga (Noruega & Suécia 2015, Parte III).